Atualmente com o advento do Novo Código de Processo Civil, estão previstas três principais formas de Divórcio, Divórcio Administrativo também chamado de Divórcio em Cartório, divórcio este que tem que ser necessariamente Consensual, o Divórcio Judicial Consensual necessário quando mesmo com acordo entre as partes sobre os termos que regerão o divórcio há incapazes envolvidos, eis que, é obrigatória a intervenção do Ministério Público para verificar se os interesses dos incapazes, especialmente menores e o Divórcio Litigioso, quando não há possibilidade de conciliação entre as partes.
O objetivo deste artigo, entretanto é tratar do Divórcio Litigioso, o mais complexo de todos os acima elencados. Caso deseje informações sobre as outras modalidades, elaboramos o artigo Guia do Divórcio para esta finalidade.
Cabe ainda destacar inicialmente, que em 2010 foi aprovada a Emenda Constitucional nº 66, que alterou o art. 226, parágrafo 6º da Constituição, para suprimir a cláusula final do dispositivo que se referia à prévia separação, de fato ou de direito, como requisito para o divórcio.
Ou seja, para se divorciar não é mais necessário a separação prévia do casal, o que praticamente acabou com o instituto da separação que não tem mais finalidade prática ainda que haja parte da doutrina e jurisprudência que entenda de forma diversa. Em bom português a ação de separação tornou-se inútil.
Ultrapassada a introdução, vamos ao que interessa. O divórcio litigioso, como o próprio nome indica, é um litígio, processo de um cônjuge contra o outro, motivado pela ausência de consenso ou acordo entre eles quanto a com relação à dissolução do vínculo conjugal ou dos termos que regerão o mesmo.
Podem discordar em relação ao simples fato de um querer e o outro não concordar com o divórcio ou geralmente com relação a guarda, visitas e pensão e partilha de bens.
O Novo código de processo civil de dispôs que o divórcio litigioso segue procedimento especial de jurisdição contenciosa e está previsto nos artigos 693 a 699.
Uma Inovação importantíssima diz respeito à citação, pois o réu não mais será citado para contestar o pedido, mas sim para comparecer à audiência de mediação e conciliação.
O novo código prioriza os meios alternativos de solução de conflitos, e o caput do artigo 695 determina que “recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação”, estabelecendo em seu parágrafo primeiro que o “mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial.”
A citação do réu nesse caso se fará “às cegas”, sem cópia da inicial.
A despeito da nobre intenção do legislador, na prática diária da advocacia de família, entendo que a medida não surte bons efeitos, apenas retardando a solução da lide, eis que, tal audiência de conciliação via de regra não é presidida pelo Juiz da causa, mas conciliador judicial, que a despeito de suas boas intenções, não tem autoridade suficiente para manter a ordem e civilidade da audiência e muito menos para modificar o entendimento das partes a respeito da causa.
Em minha larga experiência como advogado de família, creio que uma mera ligação telefônica a outra parte ou seu advogado, caso este já esteja constituído serve para confirmar interesse e viabilidade da conciliação.
Sendo assim, após tentativa de conciliação telefônica ou por meio de reunião frustrada, geralmente requeiro ao juiz que não agende a referida audiência para que o processo tramite com maior celeridade.
Ademais, partindo da premissa de que quando um não quer dois não ficam juntos, por muitas vezes os juízes de família costumam decretar o divórcio em tutela antecipada, sem sequer ouvir a parte contrária.
Ou seja, não havendo acordo entre os cônjuges, o divórcio só poderá ser decretado por decisão judicial, entretanto essa decisão não está vinculada à resolução de nenhum outro conflito, nem pode ser recusada pelo Juiz sob qualquer pretexto, ainda que o pedido de divórcio esteja cumulado com outras pretensões.
Também não está mais previsto no NCPC a possibilidade de invocação da culpa como causa para a dissolução do vínculo ou como defesa de mérito. Pouco importa se um dos conjugues foi traído ou coisa do gênero para a simples decretação do divórcio, a despeito de que traição ou outro problema do gênero ainda possa gerar a responsabilização do outro cônjuge ao pagamento de indenização por danos morais.
Nos divórcios litigiosos, geralmente a parte requerente acrescenta ao pedido de dissolução do casamento outros pedidos de natureza diversa, como a fixação de alimentos, a partilha de bens, a definição da guarda e visita de filhos ou mesmo uma pretensão de indenização por danos morais ou materiais.
Antes do advento do Novo Código de Processo Civil a cumulação de pedidos era vetada, o que gerava a necessidade de proposição de diversas ações para tratar sobre interesses com o mesmo problema de fundo. Uma grande inovação que prestigia a celeridade e economia processual é a possibilidade de cumular tais pedidos, prevista no art. 327 do Código de Processo Civil de 2015).
Assim, como o pedido de divórcio não exige motivação ou instrução e os demais poderão demandar uma instrução probatória mais complexa, o juiz deve decretar desde logo o divórcio e prosseguir com o processamento dos pedidos cumulados.
O CPC de 2015 aprimorou o mecanismo em seus artigos 356 e 355. O juiz pode desde logo decidir sobre os pedidos incontroversos da ação através de decisão que faz coisa julgada material. O divórcio pode inclusive já ser averbado na certidão de casamento nesta hipótese.
O restante da ação, no entanto, prossegue quanto aos demais pedidos controversos.
Como não se trata de decisão terminativa do feito, o recurso cabível é o agravo de instrumento para o cônjuge inconformado com a decretação de pronto do divórcio.
Ademais, um aspecto importante do divorcio litigioso é a competência territorial para proposição da ação.
Antes da vigência do novo código o foro competente para a ação de divórcio litigioso na vigência do CPC de 1973, era o da residência da mulher, (foro privilegiado da mulher casada), que em tese e no meu entendimento, feria o princípio constitucional da igualdade, previsto no artigo 5º, I da carta magna:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
No CPC de 2015, sabiamente a competência em razão da mulher foi suprimida em favor dos filhos e do casal. O foro competente para a ação de divórcio será o do domicílio do guardião de filho incapaz; caso não haja filho incapaz, a competência será do foro do último domicílio do casal; se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal, e não havendo incapazes envolvidos será competente o foro de domicílio do réu (art. 53).
Concluo que o divórcio litigioso é procedimento complexo, ante a possibilidade de cumulação de pedidos de guarda de menores e incapazes, pensão aos menores, incapazes ou cônjuges que não possuem renda e condições de subsistir sem a assistência do outro, partilha de bens e indenizações por danos materiais e morais, sendo assim, a contratação de advogado de família especialista é de suma importância.
Cookie | Tipo | Duração | Descrição |
---|---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 0 | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 0 | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
Cookie | Tipo | Duração | Descrição |
---|---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 0 | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 0 | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
Cookie | Tipo | Duração | Descrição |
---|---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 0 | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 0 | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
Cookie | Tipo | Duração | Descrição |
---|---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 0 | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 0 | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 0 | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
WhatsApp us